quinta-feira, 29 de maio de 2008

Renascendo das cinzas

Recebi uma carga de energia realizadora antes de ontem, terça-feira, dia 27 de maio. À noite, fui ao encontro que finalizou o ciclo Palavra na Tela, organizado pelo Julio Daio Borges, do Digestivo Cultural. Nele, três empreendedores discutiram Internet e empreendedorismo:André Garcia, fundador da Estante Virtual ; Cristiano Dias, proprietário do provedor de hospedagem de sites e blogs Vilago, além de criador do Top Links e Edney (Interney) Souza,que, entre outros predicados, é o idealizador da Interney blogs. Se eu sou uma empreendedora? Às vezes eu penso que sim, mas a maior parte do tempo eu acho que não.

Então, por que eu fui? Pode parecer tolo, mas fui por outras razões. A primeira, e determinante, foi agradecer a indicação de meu nome para cobrir o
Festival da Mantiqueira – Diálogos com a Literatura , em nome do Digestivo.
Uma grande coincidência: lendo o jornal, no sábado que seguiu o feriado de Corpus Christi (dia 240, deparei-me com o anúncio do evento. Fiquei imediatamente entusiasmada. E veio a idéia de oferecer a pauta ao Júlio. Embora escritora (como até agora eu me embaraço em afirmar uma coisa dessas, apesar de estar concluindo meu segundo livro e meu livro de estréia,
As netas da Ema, vencedor do Prêmio SESC Literatura, em 2005, editado pela Record, estar em 2ª. Edição) nunca fui a um festival desse gênero. Rápido como sempre, o editor do Digestivo (daqui para frente, respeitosamente, meu editor) disse sim. A alegria, ou melhor, o júbilo que sinto cada vez que recebo uma afirmativa em minha vida literária é tão grande (será que isso é defeito?) que resolvi ir agradecer pessoalmente.

Mas havia outras motivações: na sexta, entre sábado e o feriado, depois de escrever durante muitas horas, liguei a televisão, a que assisto como um zumbi, não prestando atenção em nada, mas olhando para tudo, apertando as teclas do controle como quem pressiona o gatilho de fuzil, pensando em Hemingway e sentindo-me indômita caçadora nas savanas da África. Escritores – ou só eu mesma – têm fantasias literárias.
Não é que no
canal 70 (TVA), uma novidade denominada TV Ideal, rolava uma discussão sobre blogs em um programa sobre confrarias? O foco eram blogs corporativos. O nome do Edney Souza foi citado várias vezes, o que coincidiu com a entrevista que eu lera dele no Digestivo. Edney, sugestivamengte é também conhecido como Interney...
Coincidências tornaram-se, assim, sincronicidades. Pode ser ilusão minha, mas achei que aí tinha coisa.

E achei várias. Além de conhecer a casa em que morou Mário de Andrade, a
Oficina da Palavra, passar por umas ruas estreitas da Barra Funda que me fazem recordar uma cidade do interior e o endereço antigo, muito antigo mesmo, de tias e avós paternos, presenciei uma conversa para lá de instigante e reveladora. O denominador comum: tendo uma idéia, faça. The proof of the pudding, já ensinaram os ingleses, is in the taste. Ou, mais dialeticamente, segundo Mao Tse Tung (será que minha mãe citava isso corretamente? Pois é, mammy cita Mao Tse Tung, mas isso é uma outra história) a prática é o critério da verdade. Obviamente, muitos outros itens foram repassados, mas a lição da noite para mim concentrou-se aí.

Da boca para fora, repito o que Jung dizia: em caso de dúvida faça. Se estiver errado e essa ação vier do coração, a natureza se encarrega de consertar os erros. Tenho a impressão que levo isso em conta no atacado, mas no varejo sempre me culpo de adiar um monte de coisas. Ou melhor, reclamo por não ter mãos suficientes para acompanhar o ritmo de minhas idéias. Não sei se sou muito exigente comigo mesma, se tenho na verdade muito o que fazer durante o dia, mas vivo pensando que poderia realizar mais. Têm horas que atribuo isso à natureza: sou Aquário com ascendente em Libra, muitos signos de Ar, ou seja, idéias em profusão, com um único ponto em signo de Terra (por sinal, minha Lua), o que me deixaria como um balão, pronta para voar, alçada no espaço pelo poder das idéias, sem o lastro concreto para realizá-las. Será?

Antes da resposta, lancei-me ao gesto objetivo. Pondo fim a essa divagação, em uma ação que traduz o simbólico, usando os meios que tinha às mãos, reanimei meu blog. Que esse post seja a respiração boca a boca e que os anjos do céu, como naquelas belas cantatas barrocas, em uníssona repitam: Ressurreto!

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